Ter motor flex pode não ser fator determinante na venda de um SUV de luxo. O Audi Q3 é líder do segmento e as estatísticas mostram que ele mantém a posição mesmo após seus rivais Mercedes GLA e BMW X1 se tornarem flex, em meados de 2016.
Oferecer um motor flex, porém, atende às necessidades dos consumidores, com raras exceções, e ainda conta pontos no programa de eficiência energética do governo. Por isso, o Q3 está chegando às lojas, este mês, equipado com motor flex.
A novidade atinge apenas a opção 1.4 TFSI – a 2.0 TFSI continua só na gasolina. Mas já representa um avanço, e o melhor: as mudanças não acarretaram aumento de preços. O Q3 1.4 TFSI chega nas três versões de acabamento: Attraction (R$ 143.190), Ambiente (R$ 154.190) e Ambition mostrada aqui (R$ 170.190).
Para rodar com gasolina, etanol ou misturas em qualquer proporção, as peças que entram em contato com o combustível (como bomba de alimentação, filtros, galerias, bicos injetores) receberam novo tratamento superficial para aumentar sua resistência à corrosão.
Além disso, o mapeamento eletrônico foi refeito de modo a contemplar as novas condições de uso (o sistema precisa ajustar parâmetros como ponto de ignição e tempo de injeção nas mais variadas situações).
Ajuda o fato de o motor possuir um sensor para reconhecer o combustível antes da queima e não somente depois, a partir dos gases de escapamento, como é o comum (pela sonda lâmbda). Dessa forma, é possível garantir uma queima mais eficiente, o que resulta em melhor rendimento e menores emissões.
Comparando a ficha técnica do Q3 flex com a de seu antecessor, é possível notar que os ajustes possibilitaram gerar os mesmos volumes de força para os dois combustíveis e manter o torque em seu patamar mais elevado por mais tempo. O torque de 25,5 mkgf não mudou, mas o regime em que se apresenta, que era entre 1.500 e 3.500 rpm, agora vai até 4.000 rpm. E a potência máxima permaneceu em 150 cv entre 5.000 e 6.000 rpm.
Levamos o SUV para a pista e verificamos que seu rendimento não mudou. Em todas as medições (com gasolina), o Q3 Flex ficou empatado com o Q3 a gasolina. No 0 a 100 km/l, ambos cravaram o tempo de 9,5 segundos. As retomadas de 60 a 100 km/h, ficaram em 5,5 segundos (ante 5,7 segundos do modelo anterior). E o consumo foi de 10,2 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada (frente a 10,7 e 13,1 km/l).
Como, além do motor, não houve mudanças nos demais sistemas – transmissão S-tronic, pneus, , peso -, esse resultado não surpreende.
O rodar permanece sólido mas confortável, com direção leve e boa aptidão para enfrentar nossos buracos. Ao contrário do sedã A3, o Q3 não passou por simplificações em sua nacionalização: a suspensão traseira multilink e o câmbio automatizado S-tronic foram mantidos.